Às vezes, presos em nosso mundo interno e reféns de tudo aquilo que sentimos e acreditamos, acabamos por nos esquecer de que o outro, nada tem acesso ao que nós pensamos.
Muitas vezes, cheios de expectativas, desejos e receios, nós nos esquecemos de expressar e comunicar, aquilo que queremos, precisamos ou simplesmente pensamos… E no que isso pode acarretar?
Tudo aquilo que não é expressado ou dito, acaba por não fazer parte do universo dos outros, sendo que muitas vezes, as interações entre dois universos promovem uma das maiores fontes de aprendizado e sabedoria, além de possibilitar uma coisa indispensável para as saúde das relações e qualidade de vida: o alinhamento da comunicação.
Embora isso pareça óbvio, é muito comum não expressarmos as coisas que acontecem no nosso mundo interno. Isso porque, temos um tendência natural a acreditar que é responsabilidade do outro nos interpretar e “adivinhar” o que precisamos ou desejamos.
Quando somos bebê, por exemplo, nós choramos e nossos pais ou cuidadores, logo adivinham que precisamos de algo. Então, a partir do choro, todos ao redor se esforçam para entender se estamos com fome, sono, dor ou algum desconforto e procuram logo suprir nossas necessidades. A partir deste modelo, é possível que a gente estenda isso (mesmo que de forma inconsciente) para outros aspectos da vida.
Então muita vezes, acabamos por nos comportar em nossas relações românticas, sociais, familiares e profissionais, como se as pessoas que convivem conosco, tivessem a obrigação de saber o que se passa em nosso mundo interno e agir em conformidade com isso. Este pensamento no entanto, pode gerar uma série de insatisfações e sofrimentos velados e acumulados, que quando vêm à tona, são expressados no calor da emoção e não contribuem com a realização do objetivo desejado.
Portanto, é importante termos consciência de que nos expressar e comunicar, é uma ferramenta indispensável para a nossa qualidade de vida e saúde mental. É claro que, não precisamos e nem devemos ser uma máquina de cobranças e insatisfações, mas podemos usar a comunicação com assertividade e empatia, a fim de criar relações onde nós ouvimos e somos ouvidos. Compreendemos para sermos compreendidos, e desenvolvemos a nossa inteligência emocional, para construir um mundo de relações mais saudáveis, pessoas mais autênticas e leves, capazes de transformar o não dito em dito, ao invés de mal resolvido.