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Sentir e Expressar

Você sabe o que é o Setembro Amarelo?

10 de Setembro é o Dia Mundial e Combate ao Suicídio. Esta data foi organizada pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP) e endossado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para este tema que é tão relevante, mas que às vezes é deixado de lado ou tratado como um tabu entre as pessoas.

Por isso, decidimos falar sobre a prevenção ao suicídio de forma aberta, transparente e sem tabus, pois quando uma pessoa põe fim à própria vida, ela pretende eliminar a dor, e não a vida. Portanto, uma forma coerente de promovermos a prevenção ao suicídio, é aprendendo olhar e falar sobre as nossas próprias dores e a nossa própria vida, a fim de que que possamos compreender e acolher uns aos outros, começando por nós mesmos.

A dor e o sofrimento, sejam eles físicos e/ou psicológicos, são elementos que variam de pessoa para a pessoa e estão intimamente ligados com sua genética, história de vida, cultura e crenças. Por isso, uma mesma situação quando vivida por pessoas diferentes, geram emoções, sentimentos e comportamentos diferentes. E relacionando esta forma individual de entender e sentir o mundo com o suicídio, podemos compreender que às vezes, o nível de sofrimento e desesperança podem ser tão altos para um indivíduo, ao ponto de fazê-lo enxergar como único alívio imediato, deixar de viver e consequentemente, de sofrer (a depender da crença de cada um).

E este é um ato irreversível, causado por uma ação em um momento de possível desespero e angústia, que acaba de forma injusta e sem direito à réplica, com a oportunidade de poder contemplar a existência nos seus momentos únicos e especiais de glória e sentido. Muitas podem ser as causas que levam um indivíduo a cometer o suicídio, e na maioria das vezes, existe todo um histórico e tentativa de pedir ajuda (mesmo que indiretamente) por de trás da ação final.

Por isso, além de entender que a dor e o sofrimento são subjetivos e que o ato de se suicidar está relacionado com o objetivo de eliminar o sofrimento e a dor, se faz importante analisarmos a nossa cultura e sociedade e nos questionarmos se: nós promovemos espaços para que as pessoas busquem auxílio e ajuda diante de seus sofrimentos? Nós promovemos espaço para que as pessoas possam ser quem elas são, sem sentirem-se discriminadas, excluídas ou desprezadas?  Ou será que nós estamos contribuindo com uma cultura que prega padrões de vidas inatingíveis, comparações incomparáveis e situações que contribuem com o adoecimento físico e mental?

Embora hoje o suicídio seja uma realidade assustadora, é possível tomar ações capazes de combatê-lo. Ainda é possível educar a nós mesmos a nossa sociedade, a fim de promovermos espaços mais seguros e saudáveis para a nossa existência. Espaços onde o acolhimento e a (auto)compaixão, possam nos abraçar nos momentos mais desesperadores de angústia e desesperança e nos lembrarmos que de tudo passa, inclusive os momentos ruins. Para que assim como um arco-íris nos mostra que ainda há cor depois da chuva cinza, nós possamos nos lembrar de que ainda há muita glória e vida, depois de passar pela tempestade cheia de pensamentos ruins e neblinas.   O futuro tem o potencial de superar a nossa imaginação limitada, sempre escolher permitir-se viver.

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