Quando nós julgamos uma situação passada a partir de uma perspectiva atual, é importante lembrarmos de que naquela ocasião, nós não éramos a mesma pessoa que somos agora. Isso porque, independente da situação julgada ter acontecido há uma hora, um dia ou um ano atrás, o simples fato de termos passado por ela, já nos torna pessoas diferentes, com experiências e aprendizados que não tínhamos antes. Isso significa, que todas as nossas escolhas e comportamentos são tomadas com base naquilo que temos consciência (sobre nós e sobre os outros), acreditamos e desejamos naquele momento. As nossas crenças e os nossos desejos podem sofrer alterações ao longo do tempo, é natural que em algum momento a gente se arrependa de algo ou até mesmo nos culpemos por não ter tido atitudes diferentes. Nestes momentos, é muito importante não nos entregarmos ao sentimento culpa e arrependimento, pois embora eles possam ser naturais e inevitáveis, se render a eles não favorece o nosso crescimento, nem o nosso aprendizado e o mais importante: não faz com que necessariamente, a gente tome atitudes diferentes no momento presente. Diante disto, se faz necessário nos olharmos com um olhar de afeto e compreensão sempre que formos analisar o passado. Compreender que nós temos o direito de mudar de objetivos, opiniões, desejos e perspectivas quantas vezes quisermos e precisarmos, nos torna pessoas mais livres, mais conscientes e mais capazes de desfrutar dos momentos de aprendizado, felicidade e prazer, além de deixar que os outros desfrutem dos seus.Isto não significa que devamos ser incoerentes com os nossos valores, tão pouco irresponsáveis com as nossas atitudes, mas significa que é importante termos consciência de nós, das nossas condições, objetivos e desejos, pois mesmo que amanhã a gente mude de ideia, o nosso comportamento terá se baseado no melhor que podemos oferecer a nós mesmos e às pessoas ao nosso redor, considerando e respeitando a nossas limitações e dificuldades. Desta forma, mesmo que possa existir arrependimento e culpa, não nos tornamos escravos dela, mas agentes responsáveis e com disposição para aprender e mudar. Por fim, lembre-se de que a sua relação com o mundo é única e particular. O seu jeito de sentir, pensar e agir, é composto por uma série de fatores que fazem de você um exemplar autêntico e sem cópias, a única pessoa capaz de compreender perfeitamente o que te levou até onde está e por quê. Por isso, sempre que a culpa bater forte ou o arrependimento fizer você sentir vergonha de si, lembre-se que: você fez o melhor que podia fazer, sendo quem você poderia ser. O passado pode constituir, mas ele não te define, pois o único momento em que é possível de exercer e expressar a sua individualidade no mundo é o agora. Faça dele o seu melhor presente.
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Sobre aprender com os erros (…)
