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Psicologia Infantil

Ei, papais, pratiquem a comunicação não violenta!

Nós vivemos em uma cultura, que a cada dia mais vem reforçando a violência.  Nos filmes, músicas, desenhos, brincadeiras, piadas, ditados populares e nas miudezas que compõem o nosso cotidiano. A violência insiste em aparecer, seja de forma explicita ou implícita, sútil ou escrachada, direta ou indireta e até mesmo fantasiada de heroísmo. No entanto, independente da forma com que se apresenta, é importante tomarmos consciência sobre o modo como a violência vai sendo naturalizada e internalizada por nós.

Um exemplo prático disso, pode ser percebido ao observarmos os desenhos infantis, que em sua maioria, são compostos por personagens que lutam entre si, possuem superpoderes e salvam o mundo, mesmo que na base da força e da guerra. Desta forma, desde a infância nós somos ensinados a apreciar este tipo de conteúdo e a nos comunicar de modo violento, mesmo que inconscientemente. Quando precisamos sinalizar alguém diante de um comportamento errado, por exemplo, é muito provável que usemos palavras ou expressões que façam o indivíduo que errou sentir-se culpado e/ou envergonhado, a fim de corrigi-lo.

Pense por exemplo, que você está dirigindo no trânsito e um motorista viola alguma regra de sinalização, fazendo com que, por pouco, o veículo dele não bata no seu veículo… Qual você imagina que seria a sua reação mais espontânea? Xingá-lo, talvez? É bastante provável que qualquer cidadão criado em nossa cultura, emitisse algum tipo de comportamento capaz de fazer o infrator da regra de trânsito sentir-se culpado e/ou envergonhado.

Este modelo de comportamento, pode ser facilmente estendido para as relações familiares, especialmente em relação à comunicação de pais e/ou cuidadores e crianças, pois é principalmente no período da infância, em que os pais precisam ensinar coisas básicas a todo o momento para o seus filhos e corrigi-los, ao impor limites em relação aos comportamentos indesejados ou inapropriados.

Portanto, é muito importante nos policiarmos em relação a essa tendência natural de usar palavras e expressões que agreguem violência à nossa comunicação e façam o outro sentir-se culpado e/ou envergonhado, mesmo que de forma indireta e não intencional. Por isso alertamos a todos os papais e mamães, que troquem algumas expressões com carga coercitiva e violenta, por falas mais enriquecedoras, que ensinam de fato o que é certo e não causam respostas emocionais negativas na crianças, como por exemplo:

Troque “tem que comer tudo”, por “você já está satisfeito?”
Não suba aí” por “Deixe os pezinhos no chão” e “Divide o brinquedo com ele!” por “Vamos compartilhar os brinquedos?”

E perceba como essas pequenas mudanças na comunicação fazem toda a diferença no aprendizado da criança e sua relação com os pares.

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