É muito comum que diante de uma situação de comportamento inadequado dos filhos, os pais tentem corrigi-los de forma violenta. E é muito importante esclarecer que violência, não se trata apenas de agressões físicas ou ofensas verbais, pois qualquer comportamento com função de afetar o outro de modo a fazê-lo sentir-se envergonhado ou culpado, pode ser considerando um comportamento de comunicação violenta.
A grande questão de uma comunicação violenta, recheada de gritos e ofensas verbais, é que embora ela sesse o comportamento inadequado de forma instantânea, também é capaz de gerar respostas emocionais (ansiedade, culpa, revolta, depressão etc.), além de não ensinar o comportamento adequado às crianças.
Por isso, se quando a criança tenta colocar o dedo na tomada o pai grita “Seu doido! Parece que não tem juízo, tira logo essa mão daí antes que eu te bata! ”, é muito possível que a criança realmente tire a mão da tomada imediatamente, no entanto, como ela não entendeu o porquê de não poder colocar a mão e brincar com a tomada, possivelmente diante da próxima oportunidade em que o pai não estiver olhando, a criança volte a colocar a mão lá, sem contar com seu estado emocional de vergonha e frustração diante do grito e das ameaças, que vão sendo armazenados na memória e aprendidos como modelo.
Considerando esta mesma situação de uma criança colocando o dedo na tomada, se o pai escolhesse conversar ao invés de gritar, explicando que a tomada pode causar choque e machucados, é altamente possível que a criança associe a tomada com o receio de se machucar, e mesmo que o pai não esteja olhando, ela aprende que não pode colocar a mão lá. A depender do grau de compreensão e personalidade de cada criança, os pais ainda podem usar de outras estratégias, como por exemplo, sugerir outra brincadeira mais interessante depois de explicar o porquê de não poder brincar com a mão na tomada.
Além disso, outro aspecto relevante no processo de educação dos filhos, é a paciência. Entender que durante a infância, a criança ainda está aprendendo a distinguir o que pode ou não, o que é bom e ruim, é um exercício que exige muita empatia, responsabilidade e paciência por parte dos pais e cuidadores, pois a principal forma de aprender e se desenvolver durante a infância, é através da experiência e do modelo que os pais oferecem de aprendizado.
Portanto, papais e mamães, caso vocês se percebam demasiadamente impacientes e fazendo uso exagerado das broncas, gritos e comunicação violenta, talvez seja um sinal de que precisem cuidar melhor de si mesmos e olhar para as suas necessidades com afeto, para só assim, poderem enxergar e cuidar da necessidade do outro.