Felizmente este assunto tem ganhado a atenção da sociedade e atualmente, grande parte da população tem acesso a uma série de informações que permitem identificar relações abusivas e agir em prol das vítimas, sejam essas vítimas nós mesmas(os) ou alguém o(a) qual amamos.
Séries como “Bom dia Verônica”, “Maid” e “Você”, por exemplo, estão disponíveis na Netflix e retratam com muita maestria e sensibilidade, o que existe por de trás da fachada decorada de uma relação tóxica,
além de ilustrar as profundas e graves sequelas emocionais que este tipo de relação deixa na vida de suas vítimas, como a perda de identidade e de sentido, dentre outros danos que quase sempre chegam ao ponto de se tornar uma ameaça à vida e à integridade humana.
Mas porque será que o processo de identificar relações abusivas e se libertar das suas amarras psicológicas é tão difícil e dolorido? Porque será que muitas pessoas se submetem à relações destrutivas e não conseguem mais sair?
É claro que cada caso é único, mas de um modo geral, a dinâmica dos relacionamentos abusivos envolvem todo um contexto, onde a vítima normalmente, apresenta ausência de autoestima, estado de vulnerabilidade, seja emocional, financeiro ou qualquer outro tipo, além uma grande carência de afeto e amor.
Diante deste cenário, uma mulher que ainda não descobriu o seu valor, em estado de vulnerabilidade e carente de afeto, quando se depara com um típico perfil de abusador, “atencioso” e “cuidadoso”, tende a se envolver e a se sujeitar aos sutis sinais de uma relação abusiva, desta forma, quando o abuso toma proporções maiores e mais explícitas, a vítima já está envolvida demais, emocionalmente dependente demais e incapaz de enxergar a própria gravidade da realidade, embora no fundo sinta que algo não está bem.
Portanto, seguem alguns sinais frequentemente presentes em relações abusivas, que devem ser observados e não podem ser considerados normais:
Gaslighting: manipulação em que o abusador distorce as informações para se favorecer, por exemplo: “você está louca, nunca falei isso”.
Excesso de gratidão: quando o abusador faz coisas para que você sinta que está devendo isso para ele, por exemplo, “está vendo como eu sou legal? devia me agradecer”.
Silêncio tóxico: se você não faz o que o outro quer, você sofre com uma “greve de silêncio” que causa confusão mental.
Isolamento: o abusador coloca você contra seus amigos e familiares, alegando que você só pode confiar nele.
Não é normal confundir controle com amor. Não é saudável confundir manipulação com cuidado e nem paixão com ciúmes exagerado. Como diz Luíza Sonza “Se é tudo em nome do amor, porque ainda assim você não se sente amado?”
Caso você esteja passando por um relacionamento abusivo ou conheça que esteja, procure ajuda profissional.